sexta-feira, 26 de março de 2010

Ser pai...

"Antes de casar, eu tinha três teorias sobre educar ciranças. Agora eu tenho três crianças e nenhuma teoria." John Wilmot

Eu Aceito

Eu aceito!

- Julia* tá na hora de sair do banho, você já terminou,você tem que se arrumar para ir para a escola. Chamou a mãe de toalha na mão, enquanto a menina brincava com a água quente do chuveiro, enchendo um recipiente azul e derramando em seu corpo.
Julia com cara de quero brincar mais, derramou o pouco de água que tinha juntado, espera uns dois segundos e diz num tom meio desanimado: - Eu aceito mamãe!
Coisas da vida familiar. Aconteceu hoje cedo na minha casa. Minha esposa e minha filha.

Hoje, antes do café da manhã, Adriana e eu conversamos sobre o fato novo que vem se repetindo nos últimos dias. A Julia falando “Eu aceito”. Alegres com esta mudança concluímos que Isto é uma reposta a algumas frases que temos usado em nossas conversas com ela: - Ouve Juju, você nunca aceita ser contrariada, pensa bem no que você está falando/fazendo. - Juju você tem que aceitar o que papai fala sem brigar, quero o melhor pra você. – Juju você tem que ir dormir, aceita o que a mamãe tá falando, olha como você está cansada... e por aí vai, frases que você também ouviu quando era criança e que, sendo pai ou mãe, provavelmente fala ou falará.

Fiquei felicíssimo com esta mudança de mente da minha filha... e, como cristão, não pude deixar de pensar. Deus também deve ficar cheio de alegria quando nós conseguimos dizer “eu aceito”.
Consegue imaginar? Deus olhando para nós na hora que conseguimos finalmente falar como a Juju:- Senhor... Eu aceito mudar!

* Julia tem 7 anos, esta sendo acompanhada por alguns especialistas. Seu desenvolvimento tem sido mais lento que o de outras crianças, como conseqüência disto ela tem algumas limitações.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Mínimos Razoáveis X Máximos Desejáveis

Dilema. Um dilema porque desejo muito.

Qual é o máximo desejável?
Quanto desejamos ter? Me disse um velhinho certa vez: “a mediada do ter é o infinito”.
Quero ser reconhecido por minha habilidade, ser aclamado por amigos e desconhecidos, ser famoso por minha bondade. Quero fazer algo significante pela minha família, construir algo para minha comunidade, fazer algo pela minha nação.

Que dilema. Como se alegrar sem “muito”?

Neste ponto da minha vida tenho mais do que jamais tive. Deveria estar satisfeito. Não estou.
Por vezes sou reconhecido por amigos, e até por desconhecidos. Tenho feito algo que talvez seja relevante para o mundo e para minha família. Deveria estar satisfeito. Não estou.

Esta é a tensão entre o mundo ideal e o mundo real. Meses atrás um amigo ajudou-me a pensar na tensão entre mínimos e máximos. Confesso que pensar nos mínimos razoáveis me trouxe tremenda paz. Paz porque tenho o razoável para ser feliz, sou um “Zé alguém” pra alguns poucos e tenho feito uma coisinha diferenciada aqui outra ali. Pensar no mínimo razoável me deixa feliz ao mesmo tempo não me deixa parar, é o mínimo.

Naquele dia, meses atrás, pensei muito nas limitações da Julia, minha filha. Amo tanto esta menina e se fosse possível daria de mim o que ela não tem. Ainda não sabemos o que exatamente ela tem, ou não tem. Sabemos apenas que ela desenvolve-se lentamente, em relação a outras crianças. A “Juki” acabou de fazer 7 anos, este ano ela continuará na pré-escola e ela já consegue escrever seu próprio nome. Tem mais coisa... outo dia eu conto, mas alegrem-se comigo, porque este é o meu mínimo razoável em relação a Julia. Veja o vídeo.

(Este post deveria estar aqui desde janeiro assim que descobri que a Julia continuaria na Pré-escola)

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